Quando se fala em André Matos, nomes como Angra, Shaman e até Virgo costumam surgir imediatamente. No entanto, poucos sabem que, após sua saída do Angra, André iniciou um projeto ambicioso que acabou nunca se concretizando: a banda Looking Glass Self. Este curioso e pouco conhecido capítulo da carreira do lendário vocalista, que tinha tudo para ser sua principal empreitada, permanece até hoje um enigma entre os fãs mais atentos.
O Encontro com Alex Holzwarth
Tudo começou durante as gravações do icônico álbum Angels Cry (1993), quando André Matos conheceu o baterista alemão Alex Holzwarth, que já havia trabalhado com grandes nomes do power metal como Rhapsody, Avantasia e Blind Guardian. Alex foi chamado para substituir o baterista original do Angra na gravação, e sua amizade com André se fortaleceu durante esse período. O baterista também era membro da banda de metal progressivo Sieges Even, que ele havia formado com seu irmão Oliver Holzwarth.
Quando André deixou o Angra em 2000, os irmãos Holzwarth viram a oportunidade de criar algo novo com o vocalista brasileiro, formando então o Looking Glass Self. A ideia era simples, mas ambiciosa: unir forças em um projeto que se tornaria a prioridade para todos os envolvidos.
O Nascimento do Looking Glass Self
O projeto avançou rapidamente. Em outubro de 2000, pouco depois da saída de André do Angra, a banda gravou uma demo chamada Equinox, que continha quatro faixas: "Equinox", "Stigmata", "Footprints of Angels" e "Valparaíso Daydreaming".
Segundo o próprio André Matos, a banda já tinha material suficiente para lançar um álbum completo, com outras músicas como "Monumental Me" e "The Lonely Views of Condors". A expectativa era alta e o Looking Glass Self foi anunciado como o projeto principal de todos os membros, incluindo André, Alex e Oliver.
Um Projeto Que Nunca Saiu do Papel
Mesmo com toda a empolgação inicial, o Looking Glass Self nunca foi lançando. Em julho de 2001, a banda publicou um comunicado em seu site oficial dizendo que, apesar de atividades paralelas, o projeto ainda era sua prioridade. Contudo, o contrato de gravação nunca foi assinado, e o Looking Glass Self se desfez com o passar do tempo.
Curiosamente, alguns anos depois, em 2005, a banda Sieges Even lançou o álbum The Art of Navigating by the Stars, que incluía versões repaginadas de algumas músicas que estavam previstas para o álbum do Looking Glass Self. Faixas como "Stigmata" e "The Lonely Views of Condor" aparecem nesse disco, o que dá uma ideia de como teria sido o som do projeto com André Matos.
Um Capítulo Esquecido
Embora o Looking Glass Self nunca tenha alcançado o público da forma que foi planejado, ele representa um dos projetos mais enigmáticos da carreira de André Matos. Para os fãs que sempre buscam descobrir mais sobre o lendário vocalista, o Looking Glass Self é uma verdadeira pérola perdida, mostrando que até mesmo gênios como André enfrentam desafios e projetos inacabados ao longo de sua trajetória.
Se você se interessa por essa fase pouco conhecida da carreira de André Matos, vale a pena conferir a demo Equinox, que está disponível no YouTube. Assim, você pode ter um gostinho do que teria sido esse projeto que, infelizmente, nunca chegou ao seu auge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário