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domingo, 23 de junho de 2024

Europe - Carrie vs Carrie a estranha


Sendo a arte uma atividade humana diretamente ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada por meio de uma grande variedade de linguagens (como arquitetura, desenho, escultura, pintura, escrita, música, dança, teatro e cinema), pode ocasionalmente gerar obras distintas que se encaixam perfeitamente no enredo de outra. Esse é o caso de duas grandes obras, uma da literatura e outra da música, que mesmo em anos diferentes e com temas distintos, acabam complementando-se de maneira notável.


Estou falando da obra literária de Stephen King, "Carrie, a Estranha", de 1974, e da canção "Carrie" da banda sueca Europe, lançada no álbum "The Final Countdown" em 1986.


É evidente que a faixa do Europe, composta por Joey Tempest e Mic Michaeli, narra o término de um relacionamento. Segundo algumas fontes, a letra foi inspirada numa namorada de Joey Tempest que terminou com ele devido a uma traição. Por outro lado, o clássico de Stephen King conta a história de Carietta White (Carrie), uma jovem marginalizada com poderes telecinéticos, que acaba desencadeando uma tragédia após ser humilhada em seu baile de formatura.


"Carrie, a Estranha" é um clássico recomendado para todos os leitores, embora eu tenha fornecido apenas um breve resumo da obra acima. É importante mencionar que vários filmes foram baseados neste best-seller, sendo o primeiro deles o homônimo "Carrie, a Estranha" de 1976, seguido por uma sequência duvidosa em 1999, intitulada "A Maldição de Carrie". Em 2002, uma versão para TV com o título simples "Carrie" foi lançada, seguida por um remake em 2013 que atualizou a obra de King para o século XXI e merece ser conferido.


Retornando ao ponto central desta discussão, onde obras distintas se entrelaçam, vou destacar exatamente onde a canção do Europe se conecta com a obra de King:


Ao ouvir detalhadamente a canção, percebemos que não se trata de uma balada romântica tradicional, mas sim de uma peça melancólica e arrependida. A progressão musical ao piano sugere alguém lamentando profundamente por algo irreversível, como uma traição. Se interpretarmos a canção como se Sue Snell, personagem de King, estivesse falando com Carrie após sua morte, a música adquire um novo significado.


No refrão, o cantor se refere a Carrie como "amiga", sugerindo um tom de consolo e arrependimento:


“Carrie! Carrie! 

As coisas mudaram, minha amiga 

Carrie! Carrie!

 Talvez nos encontremos novamente em algum lugar, novamente”


Embora sejam jovens, a obra sugere que Sue é madura para a sua idade; no filme, a mãe inclusive menciona que sua filha é uma boa menina. Se você conhece a obra de Stephen King, sabe do arrependimento de Sue e do quanto ela queria corrigir as coisas com Carrie, mas nada pode ser feito:


“Eu leio sua mente,

Sem intenção de ser cruel

Eu queria poder explicar,

Isto leva tempo com muita paciência”


Embora a faixa tenha sido inspirada numa experiência pessoal de Joey Tempest, a coincidência artística não pode ser ignorada. Inconscientemente, os compositores Joey Tempest e Mic Michaeli parecem ter capturado o arrependimento profundo de Sue Snell na obra de King ao escrever "Carrie". Essa conexão entre duas grandes obras revela uma curiosidade intrigante e uma profundidade artística que transcende as fronteiras temporais e geográficas.


Assim, só podemos especular sobre as verdadeiras linhas que unem essas obras até que "as luzes se apaguem".


 

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