"Death Sentence", novo single solo do tecladista Matheus Lisboa — conhecido também por seu trabalho na banda Steelgods — é um mergulho sombrio e épico pelos domínios da morte e da culpa. Com produção assinada por Rodolfo Bittencourt e arte impactante de Doug Pierazzi, o lançamento carrega uma força intensa tanto na sonoridade quanto na narrativa.
A faixa se destaca pela fusão ousada de teclados atmosféricos com a agressividade do death metal melódico. Lisboa constrói paisagens sonoras densas e cinematográficas, evocando imagens vívidas de um julgamento pós-morte. Os sintetizadores não estão apenas como fundo — eles guiam a composição, ora como trilha de um ritual ancestral, ora como gritos sufocados em meio à névoa do submundo.
Matheus Lisboa
A letra é, sem dúvida, um dos pontos altos do trabalho. Inspirada na mitologia grega, ela narra a jornada de uma alma condenada, conduzida por Caronte pelos rios Estige e Aqueronte até o julgamento final no reino de Hades. A narrativa carrega peso existencial e culpa, refletindo sobre escolhas, tentação e o medo da danação eterna. Trechos como “Tocando o barco com as mãos / Sobre o rio de gritos desesperados” são visualmente potentes e traduzem bem o caráter quase operístico da obra.
A interpretação vocal e os arranjos reforçam esse clima de urgência e desespero, culminando num clímax dramático: “VOCÊ ESTÁ CONDENADO AO FOGO ETERNO!”, que explode como um veredito implacável.
"Death Sentence" é mais que uma música: é uma peça dramática, com identidade própria e uma estética coesa que coloca Matheus Lisboa como um compositor com voz autoral forte dentro do metal nacional. Um lançamento que certamente agradará tanto fãs do som pesado quanto os apaixonados por narrativas sombrias e mitológicas.
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