Coven: os pioneiros do Rock sombrio - Valley Of Metal

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quarta-feira, 26 de junho de 2024

Coven: os pioneiros do Rock sombrio


Quando Aleister Crowley disse: “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei”, ele provavelmente não imaginava que seu hedonismo seria usado por conservadores para rotular de satanistas aqueles que pregavam a liberdade. O Rock é um exemplo disso. A velha máxima “sexo, drogas e Rock N’ Roll” tornou-se uma afronta aos preceitos religiosos, sendo rapidamente associada ao satanismo devido à sua aparente promoção da individualidade.

Claro, os argumentos da igreja sobre o tema são mais profundos, mas, a meu ver, equivocados. Sabemos que o aspecto libertário, rebelde e contestador do Rock é apenas uma forma simbólica de desafiar os padrões impostos. No entanto, quando o ocultismo começou a aparecer nas letras de músicas e álbuns, a Igreja rapidamente decretou: “O Rock é coisa do Diabo”!

O estigma tornou-se tão forte (e rentável) que algumas bandas passaram a adotar abertamente temas satânicos, anticristãos e pagãos. Uma das primeiras a assumir esse lado “obscuro” foi a banda estadunidense Coven. Formada no final dos anos 60, antes mesmo do Black Sabbath, o Coven já incorporava elementos sombrios em suas músicas. Muitos dizem que o Black Sabbath se inspirou no Coven para seguir esse caminho oculto. Coincidência ou não, a primeira faixa de seu álbum de estreia chama-se "BLACK SABBATH" e seu baixista se chama OZ OSBOURNE.

A vocalista Jinx Dawson foi pioneira em fazer os famosos “chifrinhos” com a mão, além de ser a primeira a usar a expressão “Hail Satan” no Rock. Ela também se apresentava com pentagramas e crucifixos invertidos.


A banda levava tão a sério sua temática que chegou a registrar uma missa negra em seu disco “Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls”. Até o nome do grupo tinha uma conotação “obscura”. Coven é o nome dado a um grupo de bruxos(as) que se unem num laço mágico, físico e emocional com o objetivo de louvar a Deusa e o Deus, compartilhando um juramento de fidelidade à Arte e ao grupo.

A missa negra presente no álbum de estreia é a última faixa do disco e tem 13 minutos de duração. Intitulada “Satanic Mass”, a "missa" foi escrita pelo produtor da banda, Bill Traut, da Dunwich Productions, baseada em uma missa satânica real.


Para quem tiver curiosidade, recomendo procurar pelo álbum “Witchcraft Destroys Minds And Reaps Souls”. As músicas são excelentes e a icônica arte gráfica é imperdível, apresentando fotos de um ritual satânico, onde a cantora Jinx Dawson aparece nua sobre uma mesa como "oferenda". É um prato cheio para amantes do rock sombrio.

(Formação Original)
Oz Osborne (Baixo)
Chris Nielsen (Vocais, Guitarra)
Rick Durrett (Teclado)
Steve Ross (Bateria)
John Hobbs (Piano)
Jinx Dawson (Vocais, Teclado)


 

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